quinta-feira, 19 de julho de 2012

Educação no renascimento


1.      Representantes de idéias progressistas em educação na Idade Moderna









VENEZA. fots.16 jul. 2016

1.1    Vittorino da Feltre 1378-Feltre(Itália)-1446,Mântua.

Educador italiano, considerado um dos maiores humanistas do Renascimento.Após 20 anos como estudante e professor da Universidade de Pádua,é convidado em 1423, a ser tutor das crianças da família Gonzaga,
Ensinou em Pádua e Veneza. Em 1428 fundou um escola em Mântua,( A casa alegre) que incluia  rapazes de  família nobre e pobres, escolhidos por suas habilidades e que foi considerada a primeira organização escolar da nova cultura.
Pode ser considerado o primeiro mestre moderno, pois procurava fazer a educação dos alunos tão agradável quanto possível.Via a educação como um passo para a vida cristã.Seus alunos o pintavam como um professor de sucesso que os amava cuidando de sua saúde e caráter e, adaptando seus métodos às suas habilidades.Abole a punição corporal, existente em outras escolas.
O ponto central de seu currículo era a literatura de Roma e Grécia. Incluía também aritmética, música, assim como jogos e desenvolvimento físico.

1.2  Erasmo de Rotterdam 1465-1536.


VENEZA.Fot.Patrícia Procópio.Out.2016

1.2.1     Dados biográficos

Vida consagrada ao progresso do saber.Sua obra educacional visava a reforma dos abusos da sociedade.Estudou na "Escola dos irmãos da vida em comum em Daventer,
Em Paris, Oxford e Itália aperfeiçoou seu conhecimento de línguas e literatura.Foi considerado o homem mais civilizado do seu tempo. Em educação condena os métodos bárbaros de disciplina, aconselhando o estudo da criança e direção do seu estudo.Coloca a necessidade de manter a educação em contacto com a época. " A natureza , a história e a vida contemporânea devem iluminar o mundo literário, o qual por sua vez, visa reformar a sociedade". O objetivo moral devia ser sempre acentuado .e o estudo da literatura religiosa tornar-se uma parte obrigatória.Combate o humanismo estreito, mas acentua a importância do estudo preliminar da gramática.
Sua obra " O elogio da loucura" é uma sátira à dialética e à metafísica. Segundo ele, os escritores clássicos, os padres da Igreja e as Sagradas Escrituras continham tudo que era necessário para guiar na vida,reformando os abusos existentes." É necessário conhecermos as obras em sua natureza original e não corrompida", sendo esse o trabalho das escolas.Sua religião era humanista baseada em Cristo;criticava a religião católica e o fanatismo  dos reformadores.

1.3  Luis Vives - 1492-1540

O maior dos humanistas espanhóis,comparando-se a Rabelais, Erasmo e Montaigne. Nasceu em Valência. Aos 17 anos mudou-se para Paris, onde estudou 5 anos. Abandonou os estudos por causa do caráter escolástico da Universidade.Ainda estudou em Burges, Louvain e Oxford. Em Burges, manteve contacto com Eramo, voltando para lá depois de sua estadia na Inglaterra.Sofreu a influência de Quintiliano e Erasmo.
Obras pedagógicas .Do modo de ensinar às crianças, Da alma, da vida e da instrução da mulher cristã.
Cunho moderno.
  • Aplicação da psicologia à educação.
  • Ensino intuitivo.
  • Observação do aluno de três em três meses para que o estudo fosse feito de acordo com o seu desenvolvimento.
  • Aconselhamento do uso da língua materna no ensino dos clássicos.
Método intuitivo e experimental- Achava que deviam ser estudados os diversos casos particulares e nos caso de serem encontrados desvios da regra geral essa devia ser aceita como dogma.

1.4.  Rabelais, François-1483-1553


Casa de Rabelais em Metz. 
1.4.1    Dados biográficos

Natural de Chinon, estudou na Ordem  dos Franciscanos em Poitiers e, em  Paris.Tornou-se padre secular, tendo-se posteriormente matriculado na Universidade de Montpelier, saindo 6 meses depois Bacharel em  Medicina.Sabia bem o latim e o grego, para estudar os antigos: Hipócrates e Galeno.Em Lyon escreve seu primeiro livro sobre como concebia o progresso da Medicina.Correspondeu-se com Erasmo por quem nutria uma grande admiração.Em seu livro "Pantagruel e Gargantua" narra a história de uma família de gigantes criados pelo encantamento de Merlin para o serviço do rei Arthur.Isso levou-o a fazer um esboço da vida universitária em cada uma das universidades da França e a conceber uma educação para Pantagruel.Foi o primeiro a observar em pedagogia a importância do realismo que aparece na educação do herói da epopeia.Ele nos apresenta de um modo exagerado, um homem educado pelo formalismo escolástico. O mestre teólogo, Tubal Holoferne e Ponócrates representam a luta entre as duas escolas.Gargantua se embrutece durante anos, aprendendo  uma infinidade  de tratados escolásticos. Quando é colocado nas mãos de Ponócrates," mestre de ampla visão", e ideias modernas começa a refazer sua educação.O novo ideal educativo é uma junção entre o ideal humanista e o realismo.Esse ideal se fundamenta numa visualização do homem em sociedade, libertando-se da escravidão e procurando alcançar a verdade por si mesmo.A época em que viveu é aquela em que na França reina Francisco I.(depois de 1515); dá-se o casamento de Henrique II, com Catarina de Medicis.Na Inglaterra, Henrique VIII desposa Ana Bolena e é excomungado.Na Alemanha Lutero publica a tradução da Biblia. Em Gênova adota-se a Reforma, enquanto em Montmartre, Paris, Loyola funda a Ordem dos Jesuítas.

1.4.2  A educação de Gargantua.

" Quando Ponócrates conheceu a viciosa maneira de viver de Gargantua, deliberou iniciá-lo em letras. Nos primeiros dias foi  paciente com ele, que a natureza não comporta mutações súbitas nem violência. Para melhor começar sua obra , solicitou a um médico chamado Theodoro, que o coloca-se em melhor estado...Este o purgou com "ellebore"(planta que passa por curar a loucura).Com esse medicamento foi limpa toda perversa inclinação e hábito do cérebro. Deste modo ,Ponócrates o fez esquecer tudo que havia aprendido com seus antigos preceptores...Para melhor formá-lo colocou-o em companhia de sábios, por cuja emulação, foi-lhe desenvolvida a vontade de estudar de outro modo, fazendo-se valer.De tal modo ficou que não perdia uma hora do dia.Todo seu tempo era consumido com literatura e saber conforme a boa ciência.Acordava às 4 da manhã quando era-lhe lida um página da Sagrada Escritura. de modo próprio, com pronúncia própria à matéria...Depois orava ao bom Deus, do qual a escritura mostrava a majestade e julgamento maravilhoso.Era-lhe repetido pelo preceptor o que tinha sido lido e, expostos os pontos mais difíceis...Feito isso era vestido,penteado e perfumado, enquanto lhe repetiam as lições do dia anterior...Ele mesmo depois as dizia de cor, e fundamentava algumas práticas relativas ao ser humano, estendendo-se às vezes de duas a três horas, mas ordinariamente cessando quando já estava vestido...Depois por 3 horas eram-lhe feitas leituras.Feito isso saiam juntos falando das leituras e praticavam esportes; jogavam bola, exercitando o corpo, como a alma tinha sido exercitada.Deixavam o jogo quando queriam ou se sentiam cansados. Trocavam de camisa e iam ver se o almoço estava pronto.Esperando recitavam algumas sentenças aprendidas da lição...No começo do repasto eram lidas algumas histórias de antigas proesas...Depois falavam de virtude, força moral, coragem, propriedade, eficácia e natureza do que era servido na mesa...: pão, vinho,água, carne etc. ; o que fazia aprender em pouco tempo as passagens referentes a isso nos clássicos. Depois recordavam as lições  lidas pela manhã...lavavam os olhos e as mãos e louvavam a Deus através de cantigas.Feito isso, tomavam das cartas, não para jogar, mas para aí aprender algumas sutilezas e aritmética. Desse modo tomavam gosto por essa ciência...Depois punham-se a cantar, ao som da espineta, harpa ou viola. Depois dedicavam-se ao estudo principal por umas três horas. Depois saia com um gentil-homem que o ensinava a cavalgar, manejar a lança, nadar, jogar dardo, barra...Depois passeava entre árvores e plantas ,descobrindo o que tinha visto nos livros.Enquanto esperava o jantar. repetia palavras do que tinha lido.O almoço era sóbrio e frugal, o jantar era copioso. Durante esse repasto repetia-se a lição do almoço. Depois de render graças,cantavam, tocavam instrumentos...Algumas vezes iam visitar companheiros sábios ou que tinham visitado países estrangeiros. Observavam o céu e os planetas: figura, aspecto, posição e conjunção.Depois, com o preceptor, recapitulava brevemente o que tinha lido, visto, feito e entendido durante todo o dia....Depois rendiam graças a Deus e se recomendavam à sua divina clemência."(4)

1.5   Montaigne, Michel Eyquen, senhor de,1533-1592

1.5.1    Dados biográficos

Nasceu no castelo de Montaigne de propriedade de seu pai, na Borgonha (França) e consta que era acordado ao som de música (espineta).Adotou o nome da propriedade ao herdá-la . Sua mãe descendia de judeus portugueses conversos. Foi educado  por um preceptor alemão que pouco sabia francês e que lhe ensinou a primeira lingua em latim, cercado de servidores que também falavam latim., recebendo educação posterior no colegio de Guienne em Bordeaux.  Formou-se em direito em Toulouse, e foi nomeado posteriormente Conselheiro do Parlamento em Bordeaux onde conheceu o poeta e pensador  Etienne de La Boétie, do qual torna-se amigo até sua morte precoce aos 33 anos.Como pensador repeitado e integrante de facção moderada do partido católico, interrompeu seu isolamento para participar de missões conciliadoras. 
Condecorado em 1571 pelo rei Henrique III com a ordem de Saint-Michel e nomeado Cavalheiro da Câmara do rei, também foi honrado por Henrique IV com o título de Cavalheiro de sua Câmara.
Em 1874 fez no parlamento de Bordeaux um discurso notável conclamando todos a evitar a violência, estabelecendo a ordem pela força das palavras e das idéias.Casa-se com Françoise de la Chassaigne, onze anos mais jovem com a qual teve seis filhos
Em seus escritos,  demonstra uma sólida cultura humanística aurida nos clássicos latinos,  como Horácio, Ovídio, Sêneca, Lucrécio, Plutarco, Cícero, Juvenal e muitos outros. 
     Os Ensaios constam de três livros e um total de 107 capítulos, nos quais são abordados os mais variados temas relacionados com a existência humana,  como hábitos e costumes, sentimentos e paixões, organização social, doutrina moral e religiosa, filosofia, saúde e doença. A primeira edição de "OsEnsaios"foi publicada em 1580; a segunda, ampliada, em 1588 nunca saindo uma edição definitiva, pois ele  foi aperfeiçoando os seus escritos até sua morte, sendo criador desse gênero literário.
 Os temas que abordava não tinham um encadeamento lógico ,nem um plano preestabelecido , podendo ser lidos separadamente. Em todos eles encontramos reflexões e pensamentos filosóficos. Sua filosofia não é abstrata como de outros pensadores, mas voltada para os fatos comuns da vida quotidiana, tendo o homem como centro de suas preocupações e sua pessoa como centro de estudo. Os Ensaios, são , de certa forma, autobiográficos, pois  estudando a si mesmo ele estudava na verdade o ser humano.         Os analistas de sua obra classificam sua filosofia como um "misto de ceticismo e estoicismo:"em que   ele descrê da possibilidade de se atingir o conhecimento pleno através da razão, e conforma-se com a precária condição humana, "de todas as criaturas, a mais frágil e miserável, mas ao mesmo tempo...a mais orgulhosa".


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Michel Eyquem,Senhor de Montaigne.(Acesso em 1 out.) Disponível no
Google)
"A torre onde permanecia lendo os clássicos"(Acesso 1 Out.2016)Disponível em https://homem despedaçado).wordepress.com.
Nosso julgamento e as faculdades de nossa alma sofrem de conformidade com o corpo e suas alterações.  . "As flutuações a que se sujeita a nossa saúde, o enfraquecimento gradual que sofremos, são meios que a natureza emprega para dissimular-nos a aproximação do fim". (9)
.Montaigne , estudando a si mesmo, estudava na verdade o ser humano. 

1.5.2     Curva espiritual
  • Deleita-se com Sêneca ,e prepara-se para a morte, porque " filosofar é prepar-se  para a morte".
  • Cético, o exame dos diversos sistemas filosóficos levaram-no à conclusão de que a razão especulativa é fraca e contraditória; é faca de dois gumes pois pode-se defender ou combater com argumentação igualmente lógica".
  • Epicurista, "a vida é bela e o prazer é bom. Se a vida não se mostra completamente boa é pela incapacidade de a organizarmos de acordo com os ditames da natureza".Eclético, mantem dos sistemas opostos, pontos concomitantes.Sua opinião sobre os costumes é que devemos libertar-nos dos preconceitos.Para ele a moral não é fixa ; são tantas quanto são os povos e civilizações. O homem superior tem uma,o inferior tem outra.Sobre a religião do período"nossa religião não foi feita para estirpar  os vícios, mas para os encobrir".Apesar de professar a fé católica submete tudo à dúvida universal.
  • Acredita que o homem que escuta a própria consciência pode comportar-se reta e moralmente.Não fugindo desses estados de espírito, conserva os troféus de que " foi despojando os mestres da filosofia"

1.5.3      Educação

Escreve sobre educação nos capítulos XV e XVI de seu "Ensaios"  : "Do pedantismo" e"Da educação das crianças". Levanta-se contra a Escolástica e contra o pedantismo da nova educação.Procura formar o gentil-homem e rejeita tanto a educação doméstica quanto a da escola. Aconselha  o estudo da língua nacional e estrangeira.Recomenda buscar instrução mais no convívio dos homens e das coisas do que nos livros, apesar de considerar úteis também esses, pois durante toda sua vida consultou os clássicos, Quando se entregava aos estudos na torre do seu castelo; "fazia passar pelo entendimento o que lia", cobrindo as paredes com frases dos antigos.

1.5.4     Os colégios do seu tempo.

" Efetivamente , os cuidados e despesas de nossos pais não visam senão encher-nos a cabeça de ciência;  a repeito de entendimento e virtude, nada.
Indagam-nos de bom grado: Sabe o grego? Sabe o latim? Escreve em verso ou em prosa ? Mas o principal fica para trás.
Caberia indagar quem sabe o melhor e não quem sabe mais".
Todo ensino era em latim e visava-se o entendimento correto desta língua.
Os defeitos dos colégios desta época lembram os de hoje: muitos horários, estudos demasiadamente abstratos. Não se preparava para a vida. Entre as mãos dos pedantes o ensino se dessecava e descoloria, não servindo senão para exercícios escolares sem interesse nem vida.(8)
  • Contra a decoração-" Não param de gritar-nos aos ouvidos como quem despeja em um funil e o nosso trabalho é repetir o que nos disseram...É sinal de azia e má digestão vomitar os alimentos tal qual os engoliram"...
  • Objetivo da educação- "O verdadeiro objetivo da educação é formar o julgamento e a sã consciência; o resto é acessório".
  • Métodos novos- O preceptor deve renunciar às lições magistrais em que exibe o seu saber sem benefício para o aluno." Que nãose lhe peça apenas as palavras da lição, mas o seu sentido e substância... Que lhe faça expor de mil manteiras e, acomodar a outros assuntos o que acaba de aprender, para ver se assimilou bem ; que tudo lhe faça passar pela fieira e nada se  lhe enfie na cabeça, por simples autoridade e crédito".
  • Ele não quer que se prenda a criança ao trabalho por catorze ou quinze horas por dia; tudo pode ser motivo para educação---principalmente viagem a países estrangeiros---além do bom proveito de todas as ocasiões que se apresentem diariamente."Não deixa de lado o aspecto físico. Que a criança seja ,no caso de menino, enérgico e vigoroso.Os livros devem ser usados, não para vã erudição, mas para colher exemplos dos clássicos. Ele inclusive se compara com " a abelha  que vai de flor em flor para no fim fazer o mel"..
A ideia de Montaigne é construir divertindo , partindo de uma concepção boa em relação à natureza humana e adotando uma educação liberal, que visa  conquistar a livre adesão das consciências.O realismo social, posição adotada por diversos educadores em séculos anteriores, mas só aceita durante os séculos XVII e XVIII, quando foi formulada em teoria, considera a educação humanista, sòmente, uma inadequada preparação para a vida no mundo.O aspecto mais importante da educação seria o período de viagens para a aquisição de experiências e a familiarização com os homens e costumes. (8)

1.6 Francis Bacon

1.7      João Amós Comênio.1592-1670




1.7.1     Dados biográficos

Nasceu em 28 de Março de 1592 em Nivistz; Morávia reigão que pertencia ao reino da Boémia e que hoje é a república Checa.,Orfão aos 12 anos, só pode receber sua herança aos 16 anos quando frequentou a escola latina de Prerov. Aos 20 anos vai ipara a academia de Herborn , onde resolve procurar caminhos novos para a educação, caminhos que tornassem o ensino mais acessível a todos : pobres, ricos, bem dotados, mal dotados.Depois de aprovado em duas teses vai a Amsterdam e depois a Heildelberg onde se dedica a um trabalho intenso. Volta à pátria e recebe dos Irmãos Morávios a direção do colégio onde havia estudado.Faz-se pastor, encontrando grandes dificuldades nas lutas religiosas que se sucedem. Morrem-lhe a esposa e dois filhos.Escreve "Didatica Magna" e " Janua linguarum reserata".Essa úlitma obra traduzida em quase todos os idiomas europeus, inclusive o árabe e o persa, contém uma apresentação gradual de vocábulos e construções gramaticais em latim e lingua vulgar.A sua obra " Orbis sensualium pictus", é o primeiro texto escolar ilustrado; nele pretendia unir a ideia à palavra e a palavra à coisa. Teve grande exito sendo utilizado largamente e inspirando imitações e variações. Na "Psansofia" ele pretende unir a sabedoria universal.Essa obra é assim dividida :

  • Parte enciclopédica-para a qual contribuíram cientistas da época.
  • Projeto para promover a descoberta científica criando-se um colégio com todas a condições para a pesquisa.
  • Normas para a relação entre o ensino e a pesquisa.

1.7.2     Idéias pedagógicas

Comênio apresenta um síntese das mais variadas ideias renovadoras da época atual. Antecipa-se ao estudo da psicologia moderna , valorizando o aspecto emocional.Visava a ciência pela ciência e pela sabedoria. A ciência para ele era o caminho . Visava a perfeição científica,ética, estética...Apontou a educação como um meio para sanar os problemas sociais de sua pátria e da humanidade, podendo através dela pular barreiras de classe, povo, raça e nação.Entretando sua obra é impregnada de religiosidade e ele considera como fim último da educação a bem-aventurança eterna em Deus.

1.8  Luis Vives - 1492-1540

O maior dos humanistas espanhóis,comparando-se a Rabelais, Erasmo e Montaigne. Nasceu em Valência. Aos 17 anos mudou-se para Paris, onde estudou 5 anos. Abandonou os estudos por causa do caráter escolástico da Universidade.Ainda estudou em Burges, Louvain e Oxford. Em Burges, manteve contacto com Eramo, voltando para lá depois de sua estadia na Inglaterra.Sofreu a influência de Quintiliano e Erasmo.
Obras pedagógicas .Do modo de ensinar às crianças, Da alma, da vida e da instrução da mulher cristã.
Cunho moderno.
  • Aplicação da psicologia à educação.
  • Ensino intuitivo.
  • Observação do aluno de três em três meses para que o estudo fosse feito de acordo com o seu desenvolvimento.
  • Aconselhamento do uso da língua materna no ensino dos clássicos.Método intuitivo e experimental- Achava que deviam ser estudados os diversos casos particulares e nos caso de serem encontrados desvios da regra geral essa devia ser aceita como dogma.

   1.  ABAGNANO.N. & VISALBERGHI.A, Historia de la pedagogia.Mexico,Fondo de Cultura Economica,(C1964) 709 p..
     2.   COMENIUS,J.A. Didatica Magna. Rio de Janeiro,Organização Simões.  ------------------  La grande didactique. Paris, Presses Universitaires de France ,1952..
        
.     3.  . BURNS,Edward, MacNal.História da civilização ocidental. Trad.Lourival Gomes Machado et alii.Rio de Janeiro, Globo, 1952   
      4. .  COMMENT Rabelais fut institué en telle manière qu'il ne perdait un heure du jour..In.    EBY,F.Historia da educação moderna sec. XVI - XX .São Paulo, Globo, 1966   .       
      5.   COMENIUS,J.A. Didatica Magna. Rio de Janeiro,Organização Simões.  ------------------  La grande didactique. Paris, Presses Universitaires de France ,1952..    
      6.    LARROYO,Francisco. Historia geral de la pedagogia. Mexico, Porrua, 1959...    
      7.   .LUZURIAGA,Lorenzo. Historia da pedagogia.São Paulo,Nacional, 1969.          .      
      8.    MONROE,Paul. História da educação.São Paulo, Nacional, 1952.    .    
      9.    MONTAIGNE,Michel Eyquen.Ensaios.Rio de Janeiro; Porto Alegre. Globo,1961.3v.
 .   10.   O QUE Montaigne pensava dos médicos e da medicina de sua época.In:--À sombra do platano".  acesso 18 jun.2012; Disponível em usuários  cultura.com.br/jmrezende/Montaigne.htm http: www. fapunifesp.edu.b
     11. .RABELAIS. Pages choisi; Gargantua et Pantagruel. Paris, Larrousse.( s.d.) cap. XIII.  
      
      2. Reforma religiosa

Enquanto isso acontecia no sul da Europa, outro movimento se expande posteriormente ao norte (sec.XV,XVI ) , a Reforma religiosa,   que se foi pensada ,por alguns ,como o renascimento do norte, mostrou ser isso impossível desde que os princípios dos dois movimentos apresentam pouca coisa em comum e, a reforma, teria sido uma ruptura radical com a renascença.
A essência do renascimento foi  o gozo desta vida e a indiferença pelo sobrenatural ; o princípio da reforma foi a extra-terrenalidade e o desprezo pelas coisas da carne, como muito inferiores às do espírito.No julgamento dos humanistas a natureza do homem era intrinsicamente boa; do ponto de vista dos reformadores, era corrupta e depravada.Os chefes da renascença acreditavam na razão e na tolerância; os adeptos de Lutero e Calvino, na fé e no conformismo.
Para Burns, a reforma não foi uma parte da renascença e, constituiu uma ruptura muito mais violenta com a civilização da época feudal do que o movimento chefiado pelos humanistas.
Era da essência da reforma ultrapassar o ensino voltado para a argumentação dialética, para retornar ao destino original da ideia religiosa, que" atinge o mais profundo da alma". A essas preocupações espirituais juntaram-se outras:A Alemanha do fim do sec. XV e começo do XVI está  em pleno surto econômico.As cidades apresentam extensa atividade comercial e são habitadas pela opulenta burguesia. As necessidades de um ensino adaptados aos reclamos de um economia em mudança se fez sentir. A reforma, que exige que o homem cumpra todos os deveres impostos pela existência terrena, não será hostil a isso. Não há na religião reformada nenhum espirito de ascese social. A difusão do ensino é favorável, assim, tanto aos fins realistas, quanto à nova doutrina da salvação.


1.2.l       Martinho Lutero
.1483-1546


Protagonista da reforma assumiu a liderança do movimento educacional que começou na Alemanha. Lutava para libertar a educação das peias da Igreja, pela disseminação da oportunidade de educação e o pela consideração da família como unidade educativa tão importante quanto o estado.

  • Currículo- Latim, grego,hebraico,letras e história; canto, música,  matemática.Do antigo ensino conserva a lógica, a retórica e poética.
  • Sua grande inovação- reconhece naos priíncipes o poder de assegurar e fiscalizar a educação.
1.2.2   Melanchton,Filipe 1479-1560

"Preceptor da Alemanha", foi para a Alemanha na reforma educacional o que Lutero tinha sido na religiosa.De Wittemberg irradia sua influência por toda a Alemanha.Sua pedagogia é dominada pela ideia de que todas as profissões liberais exigem cultura fundamentalmente enciclopédica, na qual o estudo das letras tem o primeiro lugar.A verdadeira cultura fundamental repousa nos estudos literários. As belas letras ensinam a falar, ler e escrever ao mesmo tempo que ensinam a virtude.Os estudos literários seriam baseados no conhecimento do latim e do hebraico, sem esquecer o alemão.Rejeita a severidade e ensina a música e o canto.Melanchton, como Lutero contribuiu para divulgar na Alemanha o gosto pela instrução.Deram novo impulso aos estudos superiores, mas não instauraram ,como se pretendeu, o sentido de liberdade espiritual e o desenvolvimento do espírito crítico.A autoridade da Igreja é comprometida, mas não a Bíblia. aceita como a palavra imediata de Deus.(4)


1.3. Ordem dos Jesuítas

  •  Hierarquia da ordem :Geral,Provincial,Reitor,Prefeitos de Estudo,Inspetores,Professores.
  • Conteúdo do ensino: teologia, filosofia, ciência.
  • Finalidade do ensino- Formar o homem da sociedade, apercebido antes da cultura mundana que aprofundada, acostumado a dobrar-se às opiniões do meio e ao poder estabelecido.Promoviam o desenvolvimento intelectual sem a preocupação com a independência intelectual.A Companhia de Jesus sussitou hostilidade devido a sua atividade política. Consagrava-se à educação de lideres, tendo pouco interesse pela educação elementar.No sec. XVIII havia fundado 612 colégios,157 escolas normais, 24 universidades, 200 missões.A ordem foi suspensa pelo papa na segunda metade do sec. XVIII
  • Método de ensino.A vigilância da criança é permanente e o mestre deve esforçar-se por penetrar-lhe o caráter. Para melhor agir sobre sua inteligência deve se dirigir a cada criança em particular, sucitando amor ao trabalho escolar, apelando para a emulação entre indivíduos e grupos.Revisão frequente de matérias-A cada ano uma revisão do trabalho executado durante o ano.
  • Crítica desta educação.Não orientava para as ciências positivas em cujo progresso nos sec. XVII e XVIII, as universidades dos países católicos tiveram pouca parte; não orientava também para as técnicas.Formava uma classe de grandes burgueses entre os quais seriam recrutados os membros das classes liberais e administrativas.
  • Do ponto de vista  pedagógico este sistema inclui abrandamento dos costumes da Idade Media.

1.Educação no Brasil


1.1 Antecedentes históricos - O que ocorria na Europa.


Os antecedentes teóricos do ensino no Brasil , foram,  a Reforma e Contra-reforma religiosas, que estavam acontecendo na Europa, e que, através do ensino jesuítico (contra-reforma) se deu no Brasil,  nos primórdios de sua educação colonial.descoberta. A reforma buscava a libertação da autoridade da Igreja Católica imposta pelo feudalismo;a expansão da educação elementar, devido à necessidade de colocar a Bíblia ao alcance de todos.
A Contra-Reforma, protagonizada pelos Jesuítas, buscava, a desvalorização do espírito crítico,o apelo a formas dogmáticas do saber , a revalorização da Escolástica e, a reafirmação da autoridade. Enquanto os países do norte da Europa protagonizavam a Reforma, Espanha e Portugal se uniam à Contra-Reforma.
A Companhia de Jesus foi criada por  Inácio de Loyola, de acordo com o estabelecido no
Concílio de Trento(1545), que reafirmou os dogmas e adotou medidas para acabar com os abusos e moralizar os costumes do próprio clero;a adoção de censura às obras escritas através do " Index librorum Prohibitorum"e o estabelecimento da Inquisição .

1.1.1  Inácio de Loyola.(1491-1556)

"Militar, que depois de passar um ano em sofrimento, devido a ferimentos na perna,durante ataque francês a Navarra...decidiu em uma viagem a Jerusalém, em 1522,abandonar as armas, tornando-se um asceta( homem que vive de modo austero com um propósito religioso) . .Ao regressar da Terra Santa, Loyola funda em Paris(1534) a "Companhia de Jesus", destinada a fazer oposição à Reforma e ,destinada a conquistar o novo mundo para o cristianismo.Isso significava tanto conquistar os índios, quanto afastar os protestantes do continente.
.Na época o papa era diretamente atacado por Lutero e Calvino.Estes  que seguiam o Renascimento das artes e das idéias , questionavam a infalibilidade papal,a proibição de casamento dos padres,a crença no purgatório,e contestavam a devoção aos santos e às relíquias cristãs .Em 1540 o papa consagra a Companhia de Jesus.












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